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FUGAS DO MEU TINTEIRO

Imagens e palavras de um mundo onde há menos gente

FUGAS DO MEU TINTEIRO

Imagens e palavras de um mundo onde há menos gente

Por aí...

João-Afonso Machado, 31.12.22

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Com terra para quê? Oh proprietário! que vês o mundo passar lá longe, atarefado e maçador proprietário, sobraçando a pasta dos compromissos e horários, as rodinhas do trolley citando de cor os orçamentos e melhores preços.

...

Era imperioso criar distância e por isso parto e deixo as terras ao abandono. Apenas viajarão comigo, no meu coração, as minhas raízes porque esse é o lugar delas. Fundas e inarrancáveis.

Hoje ainda. Adeus. Acreditem, porém, nada é enorme a não ser a capacidade de nos reencontrarmos.

 

A preto e branco

João-Afonso Machado, 30.12.22

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A partida era manhã cedo, a viagem muito longe até ao Ano Novo em Lisboa. Ainda a geada embranquecia o caminho. Havia sentimentos confusos entre o entusiasmo e a realidade. Entre a vontade e a consciência dos pequenotes lembrados do que já tinha sido.

O carocha partia carregado. Pai e Mãe, cinco, depois seis filhos, a criada, um estradal imenso pela frente. Mais de 300 km com dois insignificantes troços de auto-estrada rumo a Lisboa. A Mãe, à frente, levava o bebé ao colo. De cintos de segurança jamais alguém ouvira falar. O Pai ia apressadamente enchendo o cinzeiro do carro com as piriscas de cigarros fumados uns após os outros. Tudo para passar o ano com o Avô.

O Porto, S. João da Madeira, Oliveira de Azemeis, Águeda, Coimbra, Leiria... até alcançar Alenquer e o seu presépio estampado num morro. - Meninos! - dizia a Mãe - Já falta pouco!

Faltava Vila Franca de Xira, a auto-estrada e Lisboa, o ómega no mapa destes Reis Magos.

Pelo infernal caminho os enjoos das manas. Porque só elas enjoavam, afora a criada que era um desastre - Minha Senhora, sinto-me mal... - mas o carocha não dava tempo com somente duas portas. Os vómitos sucediam-se, um e outro, e tantos outros, dentro do carro. Era sabido, os papeis de jornal à volta do estômago não produziam efeito, só depois o Vomidrine amansou o transe.

(Leiria valia como ponto de paragem, vencida a ponte sobre o Liz. Lugar de comer e lavar o carro por dentro, aliviar os maus cheiros.)

O calvário prosseguiria até à auto-estrada de Vila Franca de Xira, rejubilante meia hora, o Pai estenuado acelerando, Lisboa à vista. Todos amassados pela viagem, o Avô quase uma quimera no final - era noite cerrada - desse tormentoso dia.

Mas o Tempo não dá hipóteses. O Tempo levou o Pai e a Mãe, levou a criada, levou até uma querida Irmã. E fez do passado um presente cheio de manchas negras, algumas delas fugindo - negras, negrísssimas - pelo bico da caneta quando poisa no papel, especada no trânsito do Alto da Serra e similares. A  caneta, a sua tinta, é permanente em memórias. Por isso chora lágrimas pretas, como se demonstra pelo fim deste tinteiro, em borrões derramados, pingando saudades e o derradeiro grito, o mais inconformado.

Mal por mal, vivamos o quotidiano... 

 

"Ano velho"

João-Afonso Machado, 28.12.22

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Como se simples folhas de caderno diário

rasgadas num gesto só

e dadas ao tempo, quase desperdiçadas;

 

já nós, cacarejos, frangos de aviário,

mais um menos um centenar,

sequer memória ou inda por depenar;

 

assim chega outro calendário,

as datas, semanas, meses,

o fio e o punaise no armário,

 

tudo ao lixo, tudo despejado,

ano que vais, nas trevas do passado.

 

Desafio 52 semanas - 52|Uma carta de final de ano

João-Afonso Machado, 26.12.22

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Minha velha carcassa:

Eu sei, passaste um ano macaco de perna e pé ao peito. Foi uma espécie de covid ósseo ou muscular que te fechou em casa quase sem saíres. Um ano para esquecer, não? E um ano em que te aconchegaste ao blog e pouco mais produziste. Criaste hábitos sedentários e caminhaste os trilhos mais fáceis. Assim foi, nem tu dirás o contrário.

Blogaste muito. É bom, é mau? Responde a ti próprio. Mas perdoar-me-ás a ousadia de uma opinião. Que segue assim:

Há uma distância grande entre escrever e publicar. Isto, bem entendido, para quem faz da escrita modo de vida. E essa distância não é menor, no prisma de quem escreve, do que a que separa quem pensa e quem proclama coisas diversas, entre elas as suas letras. O que tudo nos leva a inquirir - porquê escrever?; porquê publicar?

A resposta - escrever para publicar - desde já te peço desculpa, não me serve. E dou as minhas razões: o excessivo peso do calendário, o tempo tirano que são os prazos e a subserviência ante os leitores.

Velhote: a ninguém tens de prestar contas...

Até porque neste envolvimento, não querendo ficar para trás, lá vens tu com mais uma crónica, entre tantas que melhor ficariam caladinhas na gaveta - a quantidade é inimiga da qualidade.

Já me falta a pachorra para alguma citação apropriada de um mestre. E não ignoro tu também não andas digerindo os mestres, simplesmente botas cá para fora, e seja o que os leitores gostarem.

Não, corta cerce. Torna à luz da vela e à velha caneta que, sem pressas, não borrata o papel. Escreve para ti. É sempre para nós que havemos de escrever. O mundo da escrita não é o dos publicitários.

Escreve, escreve, escreve. E de quando em vez, vindo a propósito, sai fora de portas e dá um ar da tua graça - publica.

Não vale isto dizer entres nas hostes monacais. Pelo contrário, tudo deves ler e até comentar.  Mas a tua escrita é quase só tua. Guarda-a em bom papel e dá-lhe voz quando e se necessário.

Entendeste?

Entendeste que não ficarás prisioneiro do teu blog, que o hás de... deixar dormir? Para que durmas também sem pisares as boas obras em curso?

Eu sei que é complicado contrariar hábitos, vícios. Mas ganhas tu e todos ganharão com isso. Recuperaste da perna e, soube há pouco, mudaste de espingarda com resultados animadores. As canas de pesca esperam por ti e o tinteiro ancião também. Localizo exactamente o ponto em que vai o teu estudo em curso; e outros mais te pedem. Afinfa nos contos e não dês como perdido o romance. Chega-me nisso tudo com toda a força. Nem que não edites... - mas para que precisas editar mais?

Crê - não desprezes o conselho (agora já vou além da opinião...) e dá o privilégio à tinta permanente. Tão mais feliz serás!

Caça, pesca, viaja, lê e escreve... E dá notícias, a mim e aos teus amigos - a quem desejarás também (tu, um perdido da cabeça) um Santo Natal, Festas muito felizes e um Ano Novo repleto do lugar-comum das "muitas prosperidades". De imensa Paz, enfim.

Não sejas tolo, olha o que te digo. Com este natalício abraço, velho amigo e no velho modo

Criado de V. Ex.cia sempre atento e obrigado,

JAM

 

O Hotel da Penha

João-Afonso Machado, 23.12.22

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Quem conhece Guimarães não se engana no caminho. O morro é grande, o teleférico não está quieto e no topo o santuário pica o céu e o Hotel da Penha mora um nada abaixo. É assim desde 1905, com longas filas de apreciadores da boa comida sempre a escalar as suas encostas.

Lá fomos, sequer nos ocorrendo reservar lugar nesta época de almoços de empresas e famílias. Um sábado... - é claro, de casa cheia! Irritante e barulhentamente cheia. E agora?

Valeram-nos os préstimos, a boa vontade do Sr. Helder Lopes, o gerente, e o improviso de uma salinha com mesa para dois. Ir ao Hotel da Penha significa saborear filetes de pescada com salada russa (ou arroz branco, em alternativa) porque não há no planeta outros assim.

Eu e a Luísa abancámos então à mesa. O serviço podia ser demorado, razão pela qual vieram à frente umas chamuças e uma garrafa de Quinta d'Ourega, o verde branco da casa. Boa pinga, bem tratada da ancestral acidez dos vinhos da região.

O pessoal atenciosíssimo. O responsável pela cozinha, Mestre Carlos Gouveia, também compareceu a saber de nós. Leva 30 anos de profissão iniciada na Armada portuguesa, onde laborou para centenares de marinheiros do Alfeite. O Sr. Gouveia é um misto de minhoto vimaranense e de coimbrão, mais identificado com aquela (esta) terra dos meus antepassados paternos.

Revi-os, os meus antepassados, em volta do castelo e do Paço Ducal. Revi toda a gente de Guimarães a que estou ligado, os seus passeios de sempre ao alto da Penha. E, contas feitas, os filetes afinal nada demoraram.

Não sou muito de adjectivos em apreciações culinárias... - Que tal Luisinha? - Óptimos!...

Estavam. Como sempre, desde sempre. Aquilo é manteiga de peixe a desfazer-se-nos na boca. E a salada russa cavalgava ao lado, no mesmo bem lançado ritmo. Com a gente da casa sempre ocorrendo, a inquirir se faltaria algo.

Não faltou. Trouxe comigo o penhorado agradecimento pelo atencioso serviço a meu pedido improvisado. Porque quando chegámos, eram já muitas dezenas de comensais lançados em idêntica voragem.

E rematei à boa maneira minhota com um leite-creme tostado pelo ferro quente no açúcar cimeiro. Os passeios dos meus, que Deus tem, só devem prosseguir connosco até tão acolhedor restaurante. Obrigadíssimo, Hotel da Penha!

 

À boleia

João-Afonso Machado, 21.12.22

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No fim de tanta pluviosidade uns diazitos de sol aqui prás bandas do Cercal. É terra que mal conheço, o meu Primo mais velho deixou-me e foi não sei onde, que não há modos de chegar. E eu de olho na vilória, no mercado, em uma visitinha qualquer. Mas nem comboio, nem carreira, nem avião... Nem um par de patins! Pois me leve o diabo se não me fiz à estrada montado nos calcantes!

Andei, andei, andei, até me começar a fartar de andar. E para trás ou para a frente, pedais só os que vinham dentro das minhas botas. O mais era alcatrão e lavoura a perder de vista. E movimento - o da brisa, às vezes.

Deu-me a sede. O Dezembro no Alentejo tem lagartixas ao sol. Assentei num meco da estrada e convenci-me se ela estava ali, para algumas rodas seria.

Foi só uma hora de espera. A contar lagartixas. Depois o barulho de um motor no mais longe da recta e um quadrúpede estranho, meio salamandra, meio sardão, talvez uma alucinação já, a cavalgar em minha direcção. Era, afinal, um Renault 4. Pior - um taxi!

Fiz imediatamente alto - Táaxiii! - que, obediente, parou com duas caixas carregadas de pintos no banco traseiro e um bando inteiro de poedeiras amorrinhadas na mala. Restava o lugar ao lado do chauffeur. 

Aquela troca de cumprimentos, aquele falar alentejão, o não uso do cinto de segurança censurado apenas pelo piar dos galináceos... Vamos nisso! Para onde? (Para qualquer lado sem sol nem lagartixas, para Melides de preferência.)

Deu-se a coincidência do taxista ir de volta ao Cercal. Regressava de uma feirita algures com matéria-prima para a casa de pasto do cunhado. Sim, sim, sabia perfeitamente o monte do meu Primo mais velho. E falou, falou, falou, por ele e pela provincia toda mais o rádio que já lhe tinham levado do seu R4, não sei quem, - mas o grande culpado da sorna que eu não consegui gozar.

Naquele jeito único de arrancar ou enfiar as mudanças no tablier, sempre chegámos ao monte. Ao apear-me, educadamente perguntei quanto era. E o taxista do Cercal, olhando de revés a capoeira inteira lá atrás, - Nã é nada companhêro, na próxima paga vossemecê um copito 'qui à gente lá no caféi.

 

Desafio 52 semanas - 51|Um tempo de saudade

João-Afonso Machado, 19.12.22

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São sobretudo uns dias em que a saudade pesa mais. O Natal multiplica evocações que rondam muito a Família e não dão paz aos Avós e aos Pais, que já partiram, e mesmo aos filhos desde que cresceram e abraçaram o mundo.

Não nego, foi difícil aprender a lidar com a saudade. Com essa malandra a puxar-me para a solidão com todos os picos do solitário. Mas fiz-lhe frente, tercei armas e firmei a minha posição de simplesmente sozinho. E razoavelmente observador.

Vai daí, arranquei ainda ao Natal o entretenimento de quem espreita a rua e as suas decorações, a música e o comércio, a movimentação das gentes. Ao ponto de descobrir algum calor nessas frias tardes de Dezembro pré-natalício. Desde que não me defronte com o famigerado burguesismo do Pai Natal, desde que não ouça tantos e tantos repetindo o horroroso Ho-Ho-Ho da figura, lembrança mortífera de outros tempos povoados de cabeças ocas.

Portanto, à distância dos consumismos vãos e ainda perto do presépio simples, sem o aparato das bolas, luzes e música chinesa no pinheiro. Chegará então a hora da consoada, vêm sempre bocados da Família ao bacalhau cozido e às rabanadas, irmãos, sobrinhos e por regra o filho mais novo. Entre todas essas coisas boas, cá dentro a saudade permanece sangrando baixinho.

E pronto - o dia seguinte traz a calmia, um ou outro livro novo..., a mais latente proximidade do ano que está a chegar... e incontáveis fatias de bolo-rei, o melhor do mundo.

 

(Desafios da Abelha -  https://rainyday.blogs.sapo.pt/52-semanas-de-2022-introducao-392169)

 

Pacotinhos de trombis

João-Afonso Machado, 18.12.22

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É o espectável das caras feias ou avelhadas, as muitas que, aos abraços e beijos, nos passam pela frente da vida. Da bem-aventurança ao inferno. E, já nestas chamas, a pose altiva, os olhos de quem não vê...; a absoluta noção de que tudo já foi vivido mas madame mal engoliu ou comeu. Porém, no dia seguinte, pontifica a tromba erecta e absorta dos cegos. Aquele inoportuno encontro no café de cara ao lado, tão ignorado, tão presente no hemisfério oposto.

A tromba porque é o que é a expressão dessa cara fechada e altaneira. A modos que... Fora o discurso e a cama, afinal fora nada. Cegueira encardida. Sem direito a responsórios sequer.

Palavras inusitavelmente dispendidas. Sem as precisar senão no sítio das palavras vãs. Por ser o jurado afinal não ser -  e explicando jamais dar crédito aos falares na intimidade, dizia alguém - douta e espantosamente -  que em boa verdade renega os juramentos.

Cada um faz o que lhe diz a consciência, ao jantar ou no leito dos amores. Tudo será o que a consciência lhes dita. Só não se percebe o trombil três semanas após. 

 

"Famalicão através da sua toponímia" (para fechar o ano)

João-Afonso Machado, 15.12.22

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Por acaso julgo que o plano está bem sistematizado. São doze percursos urbanos (alguns só quase urbanos...) interligados, a permitirem o conhecimento da cidade de V. N. de Famalicão e a razão de ser dos seus topónimos. Seja através de notas históricas, seja mediante apontamentos biográficos. Um índice onomástico, a final, ajuda a manusear o livro e a acelerar as buscas.

O trabalho foi feito por empreitada e está concluído, entregue à, e aceite pela Câmara Municipal. Publicado e disponível.

A excelente e personalizada ilustração ficou a cargo do Amigo David Vieira de Castro; o prefácio é uma douta lição memorialista dessoutro Amigo Alcino Monteiro.

A capa invoca Sua Majestade a Rainha D. Maria II que refundou o nosso concelho. E o livro, concluindo, poderá ser adquirido na livraria municipal da Casa do Território, no Parque da Devesa.

 

Em Coimbra, uma noite no Hotel Astória

João-Afonso Machado, 13.12.22

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Tinha que ser, tão chegado é a Coimbra A. E há tanto tempo se ergue o seu pináculo e dormitam as suas mansardas, toda a sua estranheza de formas. Lembro-o tossindo da poeira levantada quando a Nacional Porto-Lisboa lhe passava à porta. Não sei como sobreviveria, contam-se histórias inauditas de ratazanas enormes no seu interior. Nós, os caixeiros-viajantes deste País, nada queriamos com aquela aparência de luxo ressequida e encarquilhada. E só a década seguinte devolveu o Hotel Astória à sua dignidade.

Ao que me contaram tem a idade do meu Pai, um seu desconhecido habitante da Alta académica. Não resisti, telefonei, fiz uma reserva e lá dormi nessas horas de Coimbra. Uma noite perfumada de linho com vista para o Mondego. Quase conversando com as gaivotas poisadas nos candeeiros da avenida. E esquecidíssimo do Basofias que já foi, tolhido de dunas e vegetação bravia, o Mondego adormeceu inerte, espelhando quantas luzes no seu leito.

Desci do terceiro andar ao rés-o-chão num elevador a chiar e a troar, aos solavancos. Mas sentado no seu banquinho, aguardando em sossego o fim da viagem. A sala de estar, um primor art deco e o futebol jogado na televisão, uns quantos espanhois por ali... Seria o ano feroz de 1938? - Não, a avaliar pelo ecran (mini-cinematográfico?) e pelo seu colorido falante, talvez mesmo pelo modo desempenado com que os presentes se comportavam na sala. Tirei muitas fotografias de interior para agora estar certo de não ter sonhado. E já no quarto, esfalfado, desinvencilhei-me da gravata, alarguei o colarinho engomado e baixei os suspensórios que me tolhiam os alvos ombros da camisa. Desapertei oa atacadores dos sapatos e busquei ideias no fundo da mochila. (Pois, não trouxera a valise...) A casa de banho com uma banheira qual piscina; torneiras pesadas e loiça sanitária como já não recordava, o triunfal regresso do bidé. Alvitrei - 1966?

Mas dos eléctricos e dos troleys, sobrava apenas a ferrugem de cabos esquecidos no ar. E a televisão dispunha de quatro garridos canais, a tremenda opção entre quatro programas em simultâneo... todos eles, por acaso, barulhentos. Voltei à varanda, voltei ao Mondego, agora cheio de cores natalícias, e deitei-me em aromas e leituras prolongadas. Dormi como um justo.

De manhã o duche magnífico e o pequeno-almoço em outro esplendor de salão, o piano sempre no seu posto no patamar subidas as escadinhas. No lugar da música. Quem sabe Glenn Miller, Amália, quem sabe?

Cerrei a mochila, enclausurei nela as divagações. Era dia para dois leitões à mesa e o comboio vinha aí... Mas nunca, em toda a minha vida, me custou tanto a despedida de um hotel!