"Soneto do xisto"
João-Afonso Machado, 27.08.21
Regam o mapa tantos filamentos
Perdidos e soltos, traços escuros
Sem voz nem letras, para além dos muros
Cravados nos montes lisos dos ventos.
Uma árvore, alguém, um só pensamento…
O verde vegetal, frutos maduros,
Ínfimas gotas de córregos puros,
Um cão, os gatos, um acontecimento…
Mas nada. Nada senão um vão ninguém
Entre lajes semelhando defuntos
Jazendo de almas em ignoto Além.
Foi assim, aldeia despida de untos
E fumeiro, o teu acolher imprevisto
De pedra e arestas - aldeia de xisto.