Fui eu
Não houve qualquer tipo de violência: agressões, arrombamentos, escalamentos ou estragos de outra natureza. Por isso não foi roubo, antes um furto. Mas sim, fui eu. Encantado com aquela peça de bronze esverdeando ao sol e as sacratíssimas armas reais bem gravadas no seu bojo. Isto vão lá uns anos e aqueles pategos só agora deram pela marosca...
Se não me engano, enfiei a peça na mala do carro, subi à Corunha e regressei e tudo como se nada fosse. Bom, mas parece que agora choram a sua falta. Assim o devolvo então, o velho canhão da muralha de Valença apontado a Tui. Claramente entendido, restituo-o ao povo da raia, minhotos e galegos, amigos de há muito e apreciadores destes vestígios da História. Às autoridades públicas jamais, de tão negligentes, até parece dentro da fortaleza não se arranjar sequer um cão de guarda.