Não fossem essas boas almas...
A viagem é no assento ao lado. Os paineis em frente um instante do mundo da aeronáutica. As vistas no percurso, propriedade privada dos olhares postos nelas. O mais é a máquina fotográfica e a lapiseira.
Bem haja quem se predispõe a manter o restante, oferecendo ainda o passeio. Cromados, motores, mecânicos, chaparia, manutenção e conservação, rigores de originalidade, tudo significará um grave atentado à liberdade quotidiana. Uma cansativa atenção sobre idosos de jantes raiadas e carburadores caprichosos, suspensões duvidosas. E, no entanto, sem esses sacrificados que seria dos que necessitam rumar os trilhos do Passado a renascer a História, viver tais sensações para as poder descrever? Será quase uma escravidão, maior ainda do que o imenso favor que prestam à memória esquecida das antigas estradas e de uma juventude que foi eufórica e hoje é somente enrugada, ou já uma ossada depositada por aí.