"Ano velho"
João-Afonso Machado, 28.12.22
Como se simples folhas de caderno diário
rasgadas num gesto só
e dadas ao tempo, quase desperdiçadas;
já nós, cacarejos, frangos de aviário,
mais um menos um centenar,
sequer memória ou inda por depenar;
assim chega outro calendário,
as datas, semanas, meses,
o fio e o punaise no armário,
tudo ao lixo, tudo despejado,
ano que vais, nas trevas do passado.