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FUGAS DO MEU TINTEIRO

Imagens e palavras de um mundo onde há menos gente

FUGAS DO MEU TINTEIRO

Imagens e palavras de um mundo onde há menos gente

A vaguear pelos Açores (VI) - Madalena (Pico)

João-Afonso Machado, 12.04.21

O ferry aportou, sairam as viaturas, depois as pessoas. Não demorou a percepção de uma vila lindíssima, posta diante do Canal, e a igreja paroquial em destaque, quase voando sobre o burgo. O tempo dera mais uma volta, o nublado esfumara-se e estavam aí cores novas.

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Uma tranquilidade imensa, desde o primeiro pé posto em terra firme. Gente, muito pouca. O terror da construção em altura totalmente arredio. Ainda num inicial revirar de olhos, o cais, os estaleiros, uma pequena enseada. A maré ia vaza e as rolas-do-mar banhavam-se nas pocinhas.

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Sendo o hotel mesmo ao lado, lá me despojei da mochila e me direcionei para a zona marítima,

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algo desassossegada, mas abrindo janelas para os ilhéus e o Faial. Depois corri bairros mais periféricos, sempre dando conta de uma arquitectura simples, equilibrada e muito bonita.

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Já no centro da vila, o casario mais antigo e a predominância do basalto à vista, numa ostentação de orgulho de origens. Não havia como não sonhar, - que terra esta! - para quem quiser fugir às moscas, ao ruído, à multidão.

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A Madalena não é enorme. Em breve, nesse domingo quase parado, reentrei no centro da vila, nas proximidades da água salgada.

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Estava-se em final de tarde e os melros melodiavam, assim em árvores como nos cabos eléctricos. E, vozes humanas, apenas em duas tabernas, onde homens de galochas, encostados ao balcão discutiam com a patroa quantos copos haviam bebido naquela maratona. Também eu assentei e matei a sede com duas canecas de cerveja de pressão. Já a fazer amizade com a senhora, a história de cada um contada ao outro. Li o jornal da Ilha, como sempre faço em cada paragem minha, algures onde eu vá dar.

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Depois fui descansar. Não sem antes me deliciar com o comércio da Madalena, com a sua actualidade, no dia seguinte ao meu dispor,

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e me descobrir ante a raça madalenense, bem patente no singelo mas orgulhoso (um verdadeiro requinte) edifício da sua Câmara Municipal.

Enfim retemperado nesta vila de si tão repousada, o dia após avançaria em força, Pico adiante.

 

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