Chegam em paz...
Zappa, um filho de imigrantes, pastores shetland que para cá se dirigiram não sei exactamente quando; iguaizinhos aos outros, os que alcançaram e dominaram o Novo Mundo, puritanos, de negro vestidos, alvo peitilho, a cabeça muito resguardada.
Egas, o lusitano perdigueiro. Não é rocker, pouco ou nada sabe de música. Corpo tisnado ao sol, nativo, eternamente nativo, habituado a mandar. Bom conhecedor dos amanhos do Grande Pai Branco, preferindo embora a vastidão das planícies.
Ambos se encontram, ambos se avaliam, entre ambos reina uma certa desconfiança inicial. Depois foi a brincadeira. A folia, dançada, latida, corrida. Uma tarde animadíssima.
(Mesmo porque estas mesnadas chegam com os meus sobrinhos. Agosto é um bom mês para os rever, nas suas vindas ao velho ninho. Zappa, hiperactivo, pula na vertical e não se cala, a sua guitarra produz solos acutilantes; Egas, menos exuberante, gosta de umas festas e, acima de tudo, de uma boa, pacata, conversa. Os dois findaram a entrevista em correria lado a lado. Amanhã haverá mais.)
Se é necessária diplomacia? Se a gestão destes convívios se torna difícil? Nada, nem por sombras! Aqui não se inventam conflitos nem se cultiva o gosto pela diferença. Quer-se é estar bem.