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FUGAS DO MEU TINTEIRO

Imagens e palavras de um mundo onde há menos gente

FUGAS DO MEU TINTEIRO

Imagens e palavras de um mundo onde há menos gente

Chegam em paz...

João-Afonso Machado, 09.08.21

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Zappa, um filho de imigrantes, pastores shetland que para cá se dirigiram não sei exactamente quando; iguaizinhos aos outros, os que alcançaram e dominaram o Novo Mundo, puritanos, de negro vestidos, alvo peitilho, a cabeça muito resguardada.

Egas, o lusitano perdigueiro. Não é rocker, pouco ou nada sabe de música. Corpo tisnado ao sol, nativo, eternamente nativo, habituado a mandar. Bom conhecedor dos amanhos do Grande Pai Branco, preferindo embora a vastidão das planícies.

Ambos se encontram, ambos se avaliam, entre ambos reina uma certa desconfiança inicial. Depois foi a brincadeira. A folia, dançada, latida, corrida. Uma tarde animadíssima.

(Mesmo porque estas mesnadas chegam com os meus sobrinhos. Agosto é um bom mês para os rever, nas suas vindas ao velho ninho. Zappa, hiperactivo, pula na vertical e não se cala, a sua guitarra produz solos acutilantes; Egas, menos exuberante, gosta de umas festas e, acima de tudo, de uma boa, pacata, conversa. Os dois findaram a entrevista em correria lado a lado. Amanhã haverá mais.)

Se é necessária diplomacia? Se a gestão destes convívios se torna difícil? Nada, nem por sombras! Aqui não se inventam conflitos nem se cultiva o gosto pela diferença. Quer-se é estar bem.

 

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