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FUGAS DO MEU TINTEIRO

Imagens e palavras de um mundo onde há menos gente

FUGAS DO MEU TINTEIRO

Imagens e palavras de um mundo onde há menos gente

Desafio 52 semanas -14|Sem elencar

João-Afonso Machado, 04.04.22

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Não sei se serão oito factos, se mais, se menos: tenho dificuldade em responder numeradamente a questionários e a minha escrita só se obriga aos pés do meu sentir. Mas esses dias são inesquecíveis, vão lá quatro anos e o sofrimento do Pai, nesta vida cá em baixo, terminara há muito pouco tempo, após longa doença e tanta idade.

O repto veio de um meu cunhado e de um sobrinho - Vamos a Londres ouvir o Eric Clapton?

Fomos, claro. A capital britânica vivia momentos extraordinários de condições meteorológicas e de animação. Um céu miraculosamente azul, temperaturas além dos 30º, os londrinos praiando nos parques e nos seus lagos. Festejava-se o centenário da Royal Air Force e houve espectáculo sobrevoando Buckingam.

Uma multidão rodeava o palácio com as suas Union Jack até Saint James Park. Na varanda maior compareceu em peso a Família Real e a minha lente apanhou-a em cheio, repetidamente, preciosidade que guardo em cofres diversos das minhas fotografias e da minha alma. Entre os destacamentos policiais, uma agente que era um anjo - por azar indiferente aos muitos sinais de pisca-pisca que lhe enviei com os olhos. E o firmamento povoado de caças Spitfire, de bombardeiros Vickers e Lancaster, de outros muitos de maior contemporaneidade.

Depois a animação em Picadilly Circus, onde muito me honrei beijando a mão de Your Magesty the Queen Elizabeth I, de resto um pouco trapalhona, apoiada num guarda-chuva fabricado na China. Decorria o Mundial de Futebol, almoçámos num bar ao tempo em que a Inglaterra vencia a Hungria. E também nós perdemos, mas na contagem dos pints emborcados, face ao entusiasmo dos indígenas que assistiam ao prélio pela televisão.

Finalmente, o festival. Steve Winwood, Carlos Santana e o astro Clapton. Comentava-se, no seu derradeiro concerto. O palco no centro da vastidão do Hyde Park, Santana irrepreensivel. Black Magic Woman, Oye Como Va, Samba Pa Ti...  e para aquela gente toda, uma, duas, três gerações aos pulos. E quando da vez de Eric Clapton, o mundo quase veio os rebolões! A minha lente ainda o fisgou, mas pequenino, valeu-nos o ecran gigante e aquela inenarrável sucessão - Layla, After Midnigth, Tears For HeavenWonderfull Tonight (que embalo!)... e, a fechar, - Cocaine! O delírio!

Curtimos. É isso, - «foi uma curtição»! Aqui a dos velhotes, viajantes no espaço e no tempo até aos nunca perdidos Anos 70.

 

(Desafios da Abelha - https://rainyday.blogs.sapo.pt/52-semanas-de-2022-introducao-392169)

 

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