León
Vale a pena estudar a formação dos reinos ibéricos surgentes após a ocupação sarracena... Leão é um dos primordiais e, dessa história toda, restaram imensas marcas. Entre outras - talvez a principal - a respeitável cidade de León.
Essa fatia não é agora chamada e ficará para os entendidos. Estamos em León presente, justamente numa cidade que encanta, convida e não se quer esquecida. Curiosamente, não distante da nossa fronteira a norte.
León, ou o seu miolo, é a Catedral de Santa Maria de Regla. O gótico que vinca a Região,
porquê não sei, pensando no românico a sul, o nosso, o português, menos esculpido e mais vetusto e rude. Que se pronunciem os leitores... Mas há imagens que não esquecem,
interiores que magnetizam
e, sobretudo, aqui em León, os famosos vitrais, uma viagem densa de espiritualidade, momentos de traves e naves,
templos sempiternos de culto e vida, este o estro de tantos deixados consigo na arquitectura da pedra embaixadora da imortalidade.
Depois León é a noite espanhola, a omnipresente Plaza Mayor, foi o Natal e as luzes, é o quotidiano,
as vielas e os amores, muros da cidade, luzes esparsas a pedir sentinelas
e, no dia seguinte, o tempêro das praças e ruas,
a quieta manhã de uma gente que tarda em acordar... Uma gente tão distante, só do lado de lá, despercebidamente do lado de lá de um marco qualquer a partir do qual o mundo é outro hemisfério e não sinto ficar-me bem falar outra língua senão a natal. Porque, apesar de tudo, o entendimento é unânime e, pelo andar da carruagem, um novo dialecto surgirá fatalmente, só não sei se o portunhol ou se o espanholês.
Para ustedes. Por supuesto.