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FUGAS DO MEU TINTEIRO

Imagens e palavras de um mundo onde há menos gente

FUGAS DO MEU TINTEIRO

Imagens e palavras de um mundo onde há menos gente

O meu pisco-pedreiro

João-Afonso Machado, 17.10.21

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Oficialmente, acabei caçando, em razoável tiro fotográfico, um rabirruivo. A não me falhar o tino, lá para a Beira, decerto numa estreita ruela de falares tão familiares que só lhe faltava vir comer à mão das pessoas.

Se é de rabo ruivo - é. E por isso o seu nome fala por si mesmo. Mas nós sempre lhe chamámos - pisco-pedreiro.

Notas técnicas de lado, o passarito entretém-se muito nos telhados. E gosta de paredes de pedra. Anda o dia todo esvoaçando das janelas para as coberturas, ou a fazer equilíbrio em qualquer cume granítico. Tchac-tchac-tchac - os dotes melódicos não lhe dão para mais. Vem ao chão, sim, que é insectívoro e nem todo o seu alimento é alado...

Pois gostei muito de o trazer comigo. Tenho já muitos, mas decerto este valeu a correria do Verão, foi um descansado apontar da máquina numa viela do Interior.

E foi uma memória. É sempre uma memória. De criança habituado aos piscos-pedreiros nas telhas do meu telhado, musguentas, cheias de bifes que os consolavam, dar com eles é vestir os calções, sentar-me ao sol na varanda e sonhar - Quando for grande hei de ser...

 

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