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FUGAS DO MEU TINTEIRO

Imagens e palavras de um mundo onde há menos gente

FUGAS DO MEU TINTEIRO

Imagens e palavras de um mundo onde há menos gente

O Praça Velha

João-Afonso Machado, 25.08.22

PRAÇA VELHA.JPG

Abriu muito caladinho em 2009, na Praça Antero do Quental, do lado mais resistente e genuíno de Vila do Conde. Nem sei mesmo se foi assim festejado, ninguém me falou nele e descobri-o por mero acaso quando, de viela em viela, tentava fugir ao trânsito das ruas principais: - "Praça Velha", lia-se em placa aposta em edifício antigo de bom aspecto. Nesse mesmo dia fui lá almoçar.

Logo com o benefício da amável recepção pelo Sr. Tiago. Escolhi um lugar na esplanada quase sem gente (os restaurantes quase sem gente são sempre os melhores do mundo) e verifiquei a qualidade das toalhas e guardanapos, tudo em tecido. Confortavelmente instalado, protegido de eventuais hostilidades por uma barreira acrílica escondida entre buxos e ameixoeiras bravas, pedi enfim ao Sr. Tiago fizesse as apresentações.

Para então, as honras iam todas para o cabrito e a vitela assados, como ambos escolhi. Sublimes, acompanhados de batata (também assada) e grelos. À laia de "volta cá" fui informado ainda que o Praça Velha serve predominantemente pratos regionais e está aberto o ano todo.

De modo que o almoço espreguiçou-se pela tarde adiante.

A lista de vinhos, composta de muita literatura, incluia um D. Ermelinda branco, de Palmela, e foi a sua leveza que eu saboreei sem pressas, sentido o cabrito e a vitela a nadar nele e o perfeito leite-creme queimado da sobremesa a diluir-se como um remédio de antigamente.

Não apetecia vir embora, deixar o esconderijo sob os descorados papelotes que ficaram no Largo desde o último S. João. Fora tudo bom e barato, não tarda lá me apanharão outra vez.

 

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