O Tempo
A capital do meu distrito não é uma cidade fácil, troca-nos as voltas de um mundo antigo rodeado de monstros implacáveis e actuais. Enfim, os turistas - que são aos magotes agora - gostam, passeiam e, verdade se diga, alcançar o restaurante Tempo não será milagre de S. Frei Bartolomeu dos Mártires. Na via para a Falperra, a páginas tantas, a Quinta da Capela, onde outrora funcionou outra casa de repastos assim chamada... É lá!
E foi o meu baptismo no Tempo. Uma entrada agradável, sombreada por um toldo debaixo do qual vai fabricando umas folhitas uma oliveira posta em vaso de madeira; e um interior fresco e aconchegante, com cadeiras muito confortáveis nesse espaço amplo e não repleto. Integrava um grupo de amigos com mesa reservada num canto e o serviço foi apenas um pouco demorado.
Valeu a pena, todavia. E escolha fora antecipadamente feita e a comunidade saciou-se com um misto de carnes grelhadas guarnecido com umas batatas fritas comme il faut (palitos secos, fininhos) e arroz de feijão a ajudar. Melhor explicitando, uma generosa variedade de carnes, não faltando sequer o salsichão, tudo de excelente qualidade e preparação (ou confecção, com esta tropa agora diz). Já na questão da sua rega, definindo-se as hostes do tinto e do branco, alinhei por esta visto o duriense Diálogo ser da Niepoort e isso me bastar. E o vinho revelou-se, realmente, muito equilibrado e aromático, sempre disponível para vir à mesa. Braga ardia penosamente sob o brasume da última vaga de sol e tornou-se necessário pedir ao bombeiro de serviço água, muita água, ainda mais água.
E sim, o funcionário era deveras atencioso e as suas colegas duas minhotas como é um regalo olhá-las, bonitas e bem postas e dispostas.
Tudo findou com duas opções de sobremesa vindas ao bródio - uma tábua de fruta já cortada (kiwi, laranja e abacaxi) e pão-de-ló mole. Não consegui evitar cair na tentação e fui vítima (reincidente) desta última bomba calórica.
O almoço, bem conversado e animado, acabou tarde e ainda nos esperavam umas voltas por Braga, agora já não tão escaldante. Partimos com a consciência de que podemos voltar.