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FUGAS DO MEU TINTEIRO

Imagens e palavras de um mundo onde há menos gente

FUGAS DO MEU TINTEIRO

Imagens e palavras de um mundo onde há menos gente

Um dia, quiçá, depois de muito...

João-Afonso Machado, 28.01.22

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Da escrita cada um sabe de si. Perdoar-me-ão se disser que opto pela escrita literária; e aceitarão quando digo ainda estou longe, muito longe, da razoável literatura.

Estes meus joelhos assentes no confessionário têm todas as chagas resultantes do último volume de crónicas publicado por António Lobo Antunes, coisa vasta povoada de imensos pequenos episódios dos seus dias e dos personagens em que se transforma. O mesmo é constatar o seu olhar atento, minuncioso, sobre o mundo. Eu creio em Lobo Antunes a crença em Deus e uma vida a interpretar a existência. Acredito na sua Guerra Colonial de dolorosa memória, na medicina que abandonou e no jeito singular em que o seu sentir aterra nele mesmo e comanda a sua escrita. Por isso percebi que eu falo da "ditadura" da caneta tanto quanto esse Mestre.

(Não, não o copiei. Foi, no maior rigor, a verificação de que as palavras eram as mesmas.)

Fica a noção clara da escalada de cada um e a resignação perante a genica de quem vai mais além. Também publico livros... Mas o blog dá-me o alívio do dia-a-dia. Se escrevo para os outros lerem? - alguma vez pensarei nisso.

Lobo Antunes, herói, conta as suas origens em Nelas. Beirão... Deixo-lhe, então, por homenagem, as maias de Santar. Ele deve conhecê-las, são de ali ao lado. Eu, a custo, vou-o conhecendo mais porque não ser tanto doi.

 

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